Eu, por Nouredinha!
““ Purê de banana da terra, picanha e
risoto de carne seca, depois um licor com cafezinho.
Algumas pessoas se expressam com palavras
escritas e faladas com tamanha propriedade, que conseguimos sabe - los só de
ouvir ou ler o que produzem. Já lhes falei do Seu Augusto e sua forma impar de
dominar as palavras. Outras pessoas pintam, bordam ou desenham dando vida ao
que são... com os mais variados recursos.
Tenho a sorte de conhecer e amar alguém singular de escrita
impecável, mas que tem na musicalidade que lhe invade a alma e na arte de
cozinhar, sua expressão mais plena, seu retrato mais fiel.
Paulinho não fala, canta. Ele é incidental no seu repertório
variado e de bom gosto. Há uma música para cada momento, seja alegre, triste ou
poeta, como diz Caetano Veloso. Ele é “assim, sei lá, meio passional por
dentro”. Fala de amor, cidadania, família, tristeza e alegria sempre cantando e
contando aos seus botões as suas muitas histórias vividas.
Não bastasse a musicalidade, se expressa pelo cuidado e atenção
na cozinha fazendo uma combinação de agrados, mimos, sabores, odores e muito
visual que enche os olhos e a barriga de quem ama. Parte do princípio, que
barriguinha cheia é plena felicidade.
Cozinha para os filhos, amigos, irmãos e amadas. Prepara de
mamadas a bacalhau com o mesmo cuidado, a mesma dedicação e fica esperando que
cada um se alimente e se sacie para então sentir-se realizado.
O menu de hoje que dá título a este post é prova de que ele não
é um homem só para ouvir , mas também para degustar e, que lhe valha a
amplitude da expressão que aqui declaro.
Em breve ele virá a Salvador e poderemos desfrutar de suas
muitas habilidades, inclusive as proibitivas para este espaço.
Salve seu Paulinho, um homem de Oxum com todos os seus dengos,
com a força conferida por Ogum e paizão que nem Oxalá. Salve, Salve a Bahia lhe
espera de braços e coração aberto!””.
Talvez
Dona Dinha tenha me pintado com as tintas e cores do imaginário de Bajado, de
certo, mesmo, só o cardápio que “ajeitei” para a família aqui em Goiânia; de todo
modo, gosto de cantar de ler e escrever - tento passar estes hábitos aos meus
filhos, nem sempre tenho sucesso - gosto de cozinhar para quem gosto e amo.
Assim
sou eu, que nem o imbondeiro - árvore africana; tem uma entre o mar e o CLDC em
Camp Malongo, que ainda hoje habita, junto com meus miúdos, minhas recordações -
seu imenso tronco é capaz de dar abrigo a muita gente.