segunda-feira, 27 de maio de 2013


Fluência: português x inglês

Caros Senhores:

Venho, já faz um bom tempo, batendo na tecla dos assassinatos constantes da nossa língua, que tenho visto e lido por toda parte, e tem se agravado, sim, com o "internetês" e piorado muito com a exigência, muitas vezes absurda, da fluência na língua inglesa - notem que não estou sendo contra, para alguns cargos, esta exigência; mas, convenhamos, inglês fluente para homem de área?

Vejamos duas pérolas em versões portuguesa e inglesa:

i am in brazil and finding (looking / searching) for a job. you have (Have you/ Do you have)  any opportunities for mechanical project engineer ?

Angela, aqui (a que) área estar disponível? - nem dá para entender....

A respeito do trato com nossa língua vernácula não concordo com o argumento de que apenas a escola pública é deficiente: a verdade é que o ensino vem se deteriorando, no Brasil, nas escolas públicas, mas também nas particulares; pensem... salas lotadas, ensino voltado para aprovação em vestibulares, etc.

Fiz meu primário e ginasial (sim, sou deste tempo... fiz exame de admissão - promoção do primário para o ginásio (gostoso rito de passagem) em escolas públicas; tinha nota de comportamento em classe!!!

Quanto ao ensino da língua portuguesa estudávamos todas as classes gramaticais, todas as conjugações dos verbos (1ª, 2ª e 3ª), análise morfológica (alguém sabe do que se trata?), análise sintática, fazíamos ditado, cópia, redação/dissertação, éramos “obrigados” a ler pelo menos 4 livros/ano de autores de língua portuguesa

Além de toda a educação básica, era grande o nível de exigência com Educação Moral e Cívica e Educação Social - por exemplo, para evitar atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos (aquele termo em inglês da moda), passíveis de punição. O professor era respeitado, tinha conteúdo pessoal e cultural para transmitir, a formação desta pessoa era levada a sério nas Escolas Normais e nos Educandários Religiosos.

Bom, acho que me excedi no saudosismo, mas não creio ser mais possível reverter este quadro que tanto conspurca a Educação nestas terras tupiniquins; nem que seja, realmente, necessária esta exigência, desmedida e descabida, da fluência no idioma inglês - até porque ler Shakespeare para conversar com texanos é, no mínimo aviltante - e os HH/RH brasileiros deveriam ter a devida decência nestes processos. Enfim procuro fazer minha parte corrigindo, sem ser pedante, sempre que ouço/leio um erro de língua portuguesa.

Tenhamos, todos, um bom dia, senhores.

Paulo Jonoel Gonsalves Araújo

Engenheiro Químico

Engº. de Processamento de Petróleo

Engº. de Produção de Petróleo

Analista de Risco

Especialista em ATEX

Engº. de Segurança do Trabalho

Especialista em Segurança em Projetos de E&P

Um comentário:

  1. Saudosismo à parte, se replicado o ensino da nossa época muitas coisas seriam corrigidas ou minimizadas e o Brasil estaria bem melhor.
    Beijos substativos.

    ResponderExcluir